Porque fazer humor e podcast é uma arte
































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Se até eu consegui…


Autor: Phoebe ~ 18 de fevereiro de 2009. Categorias: Cantinho das Monas.

Essa vai especialmente para os homens e, por que não, também para as mulheres que, como eu, vêem a cozinha apenas como “o-lugar-onde-fica-a-geladeira”. Tem gente que é ás da culinária e tem gente que é asno da culinária, isso é fato. Se você também faz parte desse último grupo, então pode tentar reverter esse quadro fazendo uma receitinha muito simples e gostosa que pode te render uns pontinhos caso você decida surpreender a pessoa amada com um jantar romântico: ESTROGONOFE DE CARNE.

É a receita mais fácil do mundo, só perde para a receita de ovo frito. E se você tem medo de falhar, coragem: se até eu consegui, você também consegue! Yes, we can!

Pra começar, você precisa ir ao mercado. Sim, porque gente como a gente nunca tem os ingredientes necessários na prateleira.

* Na seção de conservas, pegue um vidrinho de champignon (aquele cogumelozinho meio amarelado).

* Na seção de temperos, pegue um vidro de amaciante de carne (um cuja receita já inclua sal).

* Ali na seção de leites, geralmente ao lado das latas de leite condensado, pegue uma caixinha de creme de leite.

* Não sei em que seção (se precisar de ajuda, é só perguntar pro tio da limpeza), pegue uma caixinha de molho de tomate. Tem quem prefira usar catchup, então fique à vontade.

* Na parte de legumes, pegue 1 cebola – resista bravamente à tentação de colocar mais algumas para que a caixa do mercado não te olhe de forma estranha. Como a gente não cozinha mesmo….

* Na seção de carnes, procure pelas bandejinhas de estrogonofe e pegue uma com mais ou menos 250g de carne. Os mercados maiores costumam vender bandejas com as carnes já fatiadas no tamanho ideal para o preparo desse prato. Se não encontrar de jeito nenhum, peça para o açougueiro do mercado fazer esse favorzinho pra vc. E se ele se recusar, então troque de mercado porque esse aí não presta!

Feitas as compras, é hora de pôr a mão na massa.

1) Pegue uma panela e coloque um pouco de manteiga, óleo OU azeite (“OU”, não é pra colocar tudo isso!). Eu prefiro azeite porque acho mais saudável, mas com manteiga também fica muito bom. Óleo, só se não tiver outro jeito!

2) Pegue a carne, lave-a (gentileza não usar sabão) e coloque-a em um prato. Por cima, salpique o amaciante de carne. A quantidade eu confesso que não sei, vai na fé que no fim tudo dá certo! Depois que salpicar, dê uma mexida na carne com as mãos, para o tempero ficar mais uniforme (como você é uma pessoa muito higiênica, claro que lavou bem as mãos antes de começar… NÉ?). Espere 15 minutos para o amaciante fazer efeito.

3) Enquanto aguarda, pegue a cebola, tire a casca, corte ao meio e pique-a em pedaços pequenos. Se precisar, ponha uns óculos escuros para essa árdua tarefa ou então aqueles óculos de soldador, que cobrem o rosto inteiro. Máscara de mergulho também serve.

4) Ligue o fogo e jogue a cebola na panela. Deixe fritar bem. Depois que a cebola já estiver meio moreninha (não preta, moreninha), jogue a carne e os champignons na panela. Vai sair uma aguinha da carne, aí você vai mexendo bem até parte dessa água secar e você notar que a carne está cozida por dentro (na dúvida, espeta um pedacinho e come, pra ver se já está no ponto). Não lembro quanto tempo demora, acho que é mais ou menos 15 minutos.

5) Quando a carne estiver boa, coloque meia caixinha de extrato de tomate ou um pouco de catchup (vai depender da sua preferência). Mexa um pouco e em seguida coloque a caixinha de creme de leite. Pronto, já pode desligar o fogo!

O prato é para ser servido com arroz branco e batata palha.

Boa sorte! Aguardo e-mails e comentários com depoimentos emocionados de quem tentou e se deu bem!

Beijos da Phoebe


MONA EM FAMÍLIA: Jovens X Família – uma história de amor e proteção


Autor: Phoebe ~ 16 de fevereiro de 2009. Categorias: Cantinho das Monas, Mona em Família.

Para um adolescente, nada é mais irritante do que ter seus programas vetados pelos seus pais. Um choppinho inocente com os amigos, uma viagem com a turma do pré-vestibular, um acampamento naquela praia meio distante. “Não, você não pode ir”, e para o jovem aquela frase soa como se fosse o fim do mundo.

Quando se é jovem, a gente nunca consegue entender completamente esses vetos dos nossos pais. Digo, esses vetos dos pais que se preocupam com seus filhos – já que, infelizmente, a tendência atual dos pais é “deixar correr solto”, confundindo liberdade com omissão.

Por mais que os pais tentem explicar os motivos da sua recusa, nenhuma frase no mundo é capaz de convencer um jovem de que há, sim, um motivo muito forte para que seus pais tenham vetado aquele programa aparentemente inocente. Um motivo que ele só será capaz de entender completamente quando tiver seus próprios filhos. Lembra-se de quando, após dizer um “não”, sua mãe completou a frase dizendo: “Você só vai entender quando for pai”? É a mais pura verdade!

Depois que se tem um filho nos braços, a gente entende que nossa principal função nesse mundo é amá-lo e mantê-lo a salvo de todos os perigos. E quantos perigos! Nos primeiros meses, são as típicas doenças da infância, aliadas a um despreparo de boa parte dos médicos de plantão. Você abre o jornal e vê casos de crianças morrendo de dengue hemorrágica e corre para a farmácia para comprar todo o estoque de repelentes. Entra no Orkut e vê um tópico citando que o filho de uma moça da comunidade está com leucemia, à beira da morte, e nesse momento já fica imaginando que irá congelar o cordão umbilical do seu próximo filho para poder ter uma alternativa caso uma desgraça dessas desabe sobre seu teto. No portal de notícias que você costuma acessar, vê a notícia de um bebê de dois meses que foi ao pronto-socorro com problemas respiratórios e acabou morrendo em decorrência de um medicamento fortíssimo e desnecessário prescrito pela pediatra de plantão, e nesse momento acaba lembrando que, quando sua filha tinha apenas um mês, a médica de plantão tentou medicá-la com um antibiótico proibido para menores de 12 anos e que você, por sorte ou intuição, não permitiu.

Depois eles começam a andar e você inevitavelmente será atraído pelas notícias sobre mortes decorrentes de acidentes domésticos. Percebe uma movimentação na casa em frente ao prédio onde você trabalha e descobre que o menino de 2 anos que morava ali acabou de morrer afogado na piscina, depois de um descuido da babá, e nesse instante você agradece a Deus por não ter piscina em casa e por seu filho estar em uma creche segura, e não nas mãos de uma babá. Mas no dia seguinte você lê outra notícia sobre uma criança que morreu engasgada na creche e sente um desespero por saber que não pode ficar em casa cuidando do seu filho e que, infelizmente, precisa confiar na creche onde seu filho está agora.*

Não é por outro motivo que, sempre que um casal engravida, alguém mais experiente acaba dizendo a fatídica frase: “Acabou-se o sossego de vocês”. É a mais pura verdade. Acabou-se o sossego não por serem as crianças agitadas ou terríveis, nada disso. Acabou-se o sossego porque agora você tem o seu coração batendo fora do seu peito, no corpo de uma pessoinha que você ama muito mais do que a si mesmo.

O mundo todo adquire um novo significado. Notícias que antes eram lidas com displicência agora viram motivo de angústia e apreensão. Choramos pelo João Hélio por imaginar a dor de sua mãe, vendo o filho ser arrastado pelo carro. Choramos pela Eloá por imaginar o desespero de seus pais, que nada puderam fazer para salvar sua vida. Cada caso de violência ou morte envolvendo crianças e adolescentes mexe conosco de forma intensa, pois nos colocamos no lugar dos pais daquela criança ou adolescente.

Portanto, quando o filho chega aos 18 anos, isso significa que seus pais carregam uma bagagem de 18 anos de notícias sobre os perigos dessa vida. Quando a filha pede para acampar em companhia de uma amiga, os pais dizem “não” por lembrarem o caso de duas adolescentes que viajaram escondidas dos pais e acabaram sendo mortas por um maníaco em Pernambuco. Quando os pais permitem que o filho vá a uma festa sob a condição de que volte para casa de carona com eles, fazem isso por lembrar das dezenas (centenas?) notícias de jovens que pegaram caronas com amigos embriagados e nunca mais voltaram para casa.*

Para os pais, o desafio é ter discernimento para permitir que os filhos tenham a liberdade necessária, evitando assim a superproteção, que é prejudicial ao crescimento de qualquer indivíduo.

Para os filhos, há que se ter muita paciência e carinho, sabendo que seus pais só fazem isso porque os amam, lembrando sempre que um dia eles também serão pais e farão o mesmo para proteger seus filhos.

Beijos da Phoebe!

* Todos os exemplos citados são verídicos.


MONA EM FAMÍLIA – Nomes de meninos: pequeno manual de instruções!


Autor: Phoebe ~ 7 de fevereiro de 2009. Categorias: Cantinho das Monas, Mona em Família.

O casal compra um teste de farmácia, descobre o positivo e já começa a pensar nos nomes. Claro, porque, depois do típico “quantos meses de gravidez?”, a pergunta que o casal mais ouvirá nos próximos meses será: “E já tem nome?”.

É então que começa a peregrinação. O casal logo responde: “Se for menina, vai ser Isabela, Marina, Amanda, Yasmin, Catarina, Sofia ou Maria Luísa”. “Lindos os nomes!”, responde o interlocutor. “E se for menino?”. Ficam os pais com cara de bidê – “Não decidimos ainda” (a não ser que o casal queira homenagear alguém da família e já tenha decidido que o menino terá o nome do pai/avô/bisavô/tataravô).

Ô coisinha difícil é arrumar um nome legal para menino. Eu e meu marido levamos 19 semanas rodando feito perus tontos até encontrar finalmente o nome  do nosso filho. E só decidimos na 19a semana porque descobrimos que a nossa filha de 3 anos, talvez já impaciente com a nossa demora, espalhou na escolinha que o nome do seu irmão seria Pafúncio. Antes que o pobre virasse Pafúncio por osmose, corremos para acelerar o processo de escolha do nome. E daí surgiu a idéia desse pequeno manual!

1) Vasculhe toda a árvore genealógica das famílias materna e paterna e vá riscando os nomes de tios e primos até 3o grau – a não ser que você queira causar uma confusão daquelas. “E seu neto Renato, Florzinha?”, e a avó responde: “Que Renato? O filho da minha Virgínia ou o filho do meu José?”. Bom, já nessa primeira fase você vai descobrir que todos os nomes mais bonitinhos terão que ser riscados da sua lista: Rafael, Gabriel, Artur, Tiago, Lucas, Leonardo, Guilherme, Gustavo etc.

2) Riscados os nomes já usados na família, há que se eliminar os nomes de cachorros. Sim, nomes de cachorros, cães, aqueles de quatro patas… Tipo Ralf. Ralf é um típico nome de cachorro, não é verdade? Apolo, Argos, Beethoven, Felix (se bem que Felix está mais para nome de gato), Frank, James, Jim etc. Pensei em incluir Max nessa lista também, mas como temos um leitor/ouvinte chamado Max, melhor não arriscar! Brincadeira, Max!

3) Elimine também os nomes comumente utilizados para designar um determinado ato escatológico. “Ih, cara, já vai chamar o Hugo depois da segunda cerveja? Tás mal, hein?”. Caso contrário, seu filho corre o risco de passar por situações bem constrangedoras. “O Fulano foi ali chamar o Raul”. “Ué! O Raul veio??? Deixa a namorada dele descobrir isso”!

4) Risque também os nomes que podem gerar apelidos que seu filho certamente irá detestar. Lembro de ter estudado por 5 anos com um menino chamado Rodrigo Manoel. Qual era o apelido dele? Mané, claro! Lembre-se sempre da primeira verdade universal: criança não presta! Para colocar apelido no amigo, basta só um pezinho. Ciro vira Circo; Francesco vira Fresco; Lindolfo é Lindo e Fofo, e por aí vai.

5) Elimine os nomes afeminados. Seu filho te agradecerá pelo resto da vida ao descobrir que poderia ter sido chamado de René (aliás, René rende ainda outro apelidinho infame. No primário, estudei com um “René Rená em Caixinha”). Por mais que certos nomes franceses soem chiques, acredite, é melhor ir de José do que arriscar no François (o famoso “Françuá”)!

6) Essa é só para as mulheres: nunca, jamais, never queira colocar no seu filho o nome de algum ex-namorado, encosto ou amante. Ou você corre o risco de passar pela mesma situação de uma garota infame que conheci por aqui: chifrou o namorado com um carinha, meses depois engravidou do namorado e colocou no filho o nome do tal carinha. Resultado: quem sabe do rolo só chama o pobre do menino de “Junior”!

7)  Você vai acabar descobrindo que se encontram automaticamente eliminados da sua lista os nomes de pessoas desagradáveis que já passaram pela sua vida desde a época do jardim de infância. João Paulo era aquele gordinho ruivo que vivia implicando com o resto da turma; Roberto era aquele altão insuportável metido a valentão; Jordan era aquele menino que vivia com *coriza* no nariz (pra não dizer catarro) e só respirava pela boca… Como você não quer lembrar dessas peças cada vez que olhar para o seu filho, claro que, até inconscientemente, vai evitar esses nomes!

8) Por fim, por mais árdua que se mostre essa dura tarefa de escolher o nome do seu filho, ceda bravamente à tentação de comprar um dicionário de nomes. Vai por mim: não vale a pena! Comprei um de determinada editora cujo nome não vou mencionar para não causar constrangimento (Ed. ESCALA) e foi uma tragédia! Parece que abriram o Aurélio e deslocaram para aquelas páginas as palavras mais estapafúrdias que encontraram pela frente. Tipo “Macaxera (sem i mesmo) – significado: diabo, demônio”; “Ligeiro – rápido” (ooooh, sério?). Entre as belezinhas indicadas, há nomes como Asdrúbal, Epaminondas e… Pafúncio, obviamente!

E aí? Sobrou algum nome ainda?

Beijos da Phoebe!

Fonte da imagem: http://dicionariodeetica.wordpress.com

Olha o perigo!


Autor: Phoebe ~ 28 de janeiro de 2009. Categorias: Cantinho das Monas.

Daí que você acorda, abre o site do seu portal de notícias preferido e percebe que a última moda da imprensa é relatar casos de mortes em cruzeiros, não é verdade?

Pela quantidade de notícias publicadas nas últimas semanas, a gente fica com a nítida sensação de que os navios andam mais perigosos do que os pacotes turísticos para conhecer a Faixa de Gaza agora no Carnaval.

E eu que, na minha inocência, achava que o único perigo de um cruzeiro era o impulso suicida para fugir do show do Wando…

Hein?! Esse não é o Wando???


Slash – a autobiografia


Autor: Phoebe ~ 20 de janeiro de 2009. Categorias: Cantinho das Monas.


Quando veio à tona a notícia sobre o fim do Guns´N´Roses, logo imaginei que alguém da banda acabaria contando para o público os motivos que levaram à separação. O que eu – assim como talvez 90% dos fãs – jamais poderia imaginar é que os bastidores seriam revelados justamente por ele, o misterioso Slash.

A imagem do cara caladão que vivia chapado escondendo o rosto atrás dos vastos cabelos e da sua inseparável cartola negra não combinava, definitivamente, com a idéia de que seria justamente ele o primeiro a escrever sobre o início e o fim da banda, em “Slash – Parece exagerado, mas não significa que não aconteceu” (Anthony Bozza, ed. Ediouro). Como o Axl sempre foi a estrela performática do grupo, eu poderia jurar que seria dele esse papel – embora não duvide que também ele venha a lançar sua própria biografia, contando os fatos sob o seu ponto de vista, até mesmo para confrontar a história narrada pelo Slash.

Como fã da banda desde os seus primórdios, confesso que o Slash sempre exerceu um certo fascínio sobre mim. Além de ser um dos maiores guitarristas de todos os tempos, tinha também aquela aura misteriosa e sedutora. Ora, o cara raramente mostrava o rosto e ainda por cima criava cobras!

Portanto, assim que vi sua autobiografia na prateleira da livraria, puxei um exemplar e fiz algo que nunca havia feito até então: li pelo menos dez páginas do livro ali mesmo, de pé ao lado estante! O que era para ser apenas uma folheada virou um ato compulsivo e eu simplesmente não conseguia parar de ler. Acabei levando o livro para casa e devorando mais de 400 páginas em apenas três dias.

No fundo eu sempre acreditei que aquela imagem do Slash era uma bela encenação, puro jogo de marketing. A cartola devia ser um objeto utilizado apenas nos shows e nas fotos oficiais da banda, e aquele fascínio pelas cobras devia ficar restrito às visitas aos Butantãs da vida. Felizmente, o livro mostra que aquela imagem era verdadeira. Com um senso de humor admirável, ele relata diversas cenas de sua vida que mostram de forma clara o quão autêntico ele sempre foi.

Ele não teve vergonha de contar que era, digamos, cleptomaníaco e que boa parte (100% ?) de seu arquivo musical era formado por fitas roubadas. Não teve vergonha nem mesmo de contar que um certo objeto que antecede a sua fama também foi roubado de uma loja. Roubava até mesmo cobras e lagartos – e há histórias muito divertidas a esse respeito!

Sua paixão por cobras também foi retratada ao longo das páginas, com menções em quase todos os capítulos do livro. Há um trecho bem engraçado em que ele relata o caso de uma senhora que cuidou de suas cobras por um tempo e apaixonou-se por elas a ponto de acabar criando sua própria cobra… como um cãozinho de estimação. Até agora não consigo imaginar uma cobra fazendo as coisas que ele mencionou no livro!

Foi honesto também ao relatar suas inúmeras recaídas no mundo das drogas, mas sem aquele drama típico que ex-viciados costumam usar ao abordar o tema. Pelo contrário, há trechos realmente hilários em suas descrições, especialmente quando ele narra detalhes sobre uns certos monstrinhos que passou a ver com frequência. Mesmo em seus relatos de quase-morte, ele abre mão dos dramas e das lições de moral.

Sobre o Guns´N´Roses, é evidente que boa parte do livro traz detalhes da banda, desde sua criação até o fim. E nem poderia ser diferente, já que a vida do Slash se confunde com a trajetória do Guns de forma praticamente indissociável. É justamente nessas partes do livro que os fãs do Guns podem se deliciar com detalhes da história da banda: como foi o processo de criação das principais músicas, de onde veio o “Where do we go?” da letra de “Sweet Child O´Mine”, como eram os bastidores dos shows, que lembranças o Slash tem do show no Rock in Rio, a implicância dos caras da banda com os posers do Poison, enfim, detalhes que satisfazem a curiosidade dos fãs órfãos do Guns. Nos trechos mais dramáticos, ele mostra o comportamento destrutivo do Axl, a crescente insatisfação dos demais companheiros, a angústia de tentar descobrir se valia a pena persistir ou se era apenas questão de tempo para que o barco furado naufragasse de vez, até o fim propriamente dito.

Para quem gosta de rock em geral, há ainda relatos de encontros entre o Slash e alguns dos principais nomes do rock internacional, a exemplo do Steven Tyler (Aerosmith), Alice Cooper, Lenny Kravitz, Nikki Sixx (Mötley Crue), Sebastian Bach (Skid Row), Keith Richards (Rolling Stones), James Hetfield e Lars Ulrich (Metallica) etc.

Resumindo, é um livro imperdível!

Beijos da Phoebe!

vídeo: Slash fala sobre a autobiografia com David Letterman


Estante Virtual


Autor: Phoebe ~ 12 de janeiro de 2009. Categorias: Cantinho das Monas.

Que custa caro alimentar a nossa fome de cultura no Brasil, isso todo mundo sabe. Livro a preço estratosférico é a nossa principal reclamação, principalmente diante da inexistência de boas bibliotecas públicas.

Em meus tempos de reles estudante, em que nem estagiária era ainda, só me restava a alternativa de caçar tesouros nos sebos. Para quem nunca foi, recomendo: é um prazer inigualável você se deparar com centenas de exemplares de livros, alguns antigos, outros nem tanto. Manusear as páginas, observar marcas deixadas pelo antigo dono, descobrir uma raridade que saiu de catálogo há décadas…

Só que eu nasci com alergia e todas as “ites” existentes nos dicionários médicos. Como todos os “rinitentes” hão de concordar comigo, um sebo não é o melhor lugar para se depositar uma rinite conjugada com sinusite.

Então foi com grande alívio que recebi a notícia sobre a existência da Estante Virtual. Imagine um site onde se encontram reunidos os maiores sebos do Brasil inteiro, que, ao lado de particulares como eu e você, comercializam dezenas de milhares de títulos a preços baixos! Não é mais necessário gastar horas e horas dentro de um sebo vasculhando todas as capas até encontrar aquela que você procurava, assim como não é mais necessário engolir 5kg de ácaro durante essa busca.

Eu já estava sem ter idéia do que faria com vários livros da minha estante que não me interessavam mais. Todo admirador de livros que se preze tem pena de simplesmente se desfazer dos seus tesouros, não é verdade? Então a gente quer se desfazer daqueles que não são mais úteis, mas tem que ser para alguém que vá aproveitá-los de verdade. Pensando nisso, anunciei alguns livros na Estante Virtual a preços módicos e, para minha surpresa, já vendi dois.

É uma boa forma de adquirir novos livros sem comprometer muito o orçamento, além de passar adiante aqueles nossos livros esquecidos e mal-amados!

www.estantevirtual.com.br

Beijos da Phoebe

P.S.: Sei que nem é preciso avisar, mas esse não é um post patrocinado! rs!


A papete da discórdia


Autor: Phoebe ~ 5 de janeiro de 2009. Categorias: Cantinho das Monas.


Em um tempo não muito distante, meu marido costumava usar sapatos do tipo mocassim sempre que vestia suas bermudas. Prático, bonito, simples assim.

Há alguns anos, no entanto, tudo mudou: em uma data especial, que não recordo agora (aniversário? Natal?), minhas cunhadas deram um presente coletivo para o irmão. Era um sapato meio estranho, com umas tiras por cima, uma coisa que nem sei descrever. Foi desamor à primeira vista: não gostei! Para ser mais sincera ainda, detestei! Só que, como a mulher boazinha e sentimental que sou, nunca falei nada, já que era um presente dado pelas irmãs, praticamente um símbolo de amor fraternal.

Do dia para a noite, os mocassins foram abandonados e, para desgosto desta que vos escreve, o tal sapato esquisitóide não saía dos pés do meu marido. De tanto que foi usado, o bicho se desmilinguiu todo! Como alegria de pobre dura pouco, nas semanas seguintes veio o aniversário do marido e… “Ohhhh, que lindo, um sapato igualzinho àquele que se acabou”! J-U-R-O!

Nesse meio tempo, em uma das comunidades do Orkut de que faço parte, uma moça veio relatar a sua preocupação com o novo namorado da melhor amiga, que apesar de já ser bem grandinho (“passadinho”, pra ser mais exata), era metido à pagodeiro, para lá de espaçoso, tratava a namorada mal, não tinha emprego e usava PAPETES. De todas as características negativas do cara, essa última foi a que mais chocou as demais amigas. “Papeeeeete? Que horror!!! Que tipo de homem usa papete?”. Como eu não entendo bulhufas de tipos de sapatos, lá fui eu ao Google para ver se descobria o que era essa tal de papete. E olha lá a foto do sapato do meu marido!

Depois dessa, tomei coragem e, um belo dia, estufei o peito e disse de uma só vez: “Desculpa, mas não gosto disso aí”! “Isso o quê?”. “Essa papete feiosa que você ganhou!”. Como ele não também não fazia nem idéia do que era papete, só entendeu o recado porque eu estava com o dedo indicador apontando para os seus pés.

Convenci-o de que é o tipo de sapato que só pode ser usado se você tem, no máximo, 3 anos de idade, e ele voltou a usar seus mocassins. Para reforçar o novo hábito, aproveitei e comprei um mocassim novinho para presenteá-lo agora no Natal.

E fomos felizes para sempre? Mais ou menos!

Na véspera de Natal, recebo o telefonema de uma das suas irmãs. “Quanto ele calça mesmo? Estou aqui na sapataria vendo aquele calçado que ele gosta. Sabe qual é? Aqueeeele, que a gente costuma dar para ele”! Gelei! “Sei sim, sei exatamente qual” (e como sei!), “mas olha, sinceramente, aquele que vocês deram no aniversário dele ainda está novinho, acho que não precisa comprar outro”!

Difícil vai ser controlar a crise de riso caso o marido volte a ser presenteado com tão gracioso sapatinho!

Beijos da Phoebe


Uma crônica de Natal


Autor: Phoebe ~ 26 de dezembro de 2008. Categorias: Cantinho das Monas.

Meados dos anos 80. Eu, muito pequena ainda, aguardava pela chegada do Papai Noel desde o final de novembro. Lembrava dos anos anteriores e esperava ansiosamente pela repetição do momento mágico, o ponto alto da noite de Natal: durante a ceia na casa do vovô, todos à mesa, um leve sininho tocava lá fora. Aos pulos, corríamos para a porta na expectativa de flagrar Papai Noel saindo sorrateiramente, mas desistíamos da idéia ao verificar que, ao lado dos sapatinhos que havíamos deixado no quintal, encontravam-se os presentes que havíamos pedido em nossas cartinhas.

A dinâmica da noite de Natal era sempre a mesma, uma rotina doce e conhecida, o que me fez acreditar que cada família deveria criar suas próprias tradições em datas especiais e mantê-las no decorrer dos anos. Na cozinha, o cheiro divino dos alimentos que comporiam a nossa ceia. As crianças, indóceis, correndo pela cozinha enorme da casa do avô, divertindo-se com martelos e nozes (em uma época em que as nozes não eram vendidas já sem a casca).

Cada pessoa da família tinha seu papel definido. O vovô, coitado, muitas vezes funcionava como babá dos netos, levando-os para a pracinha central da minúscula cidade. Nunca desconfiamos, mas hoje vejo que era nesse momento de folga que nossos pais desentocavam os presentes que o Papai Noel deixaria na varanda mais tarde. A mãe passava o dia inteiro na cozinha preparando a ceia, ora cantarolando alegremente músicas de Natal, ora deixando escapar lágrimas que sabíamos ser de saudade. Saudade da vovó, que partira alguns anos antes e, até então, representava aquele papel principal: o de cozinheira oficial da ceia de Natal. Ao pai cabia a função de distrair a criançada e aplacar a ansiedade geral (“essa ceia que não fica pronta nunca”, “esse Papai Noel que não chega”). A ele incumbia também toda a ginástica necessária para manter viva a crença no bom velhinho. Durante a ceia, pedia licença para “ir ao banheiro” e, longe da nossa vista, pulava a janela para tirar os presentes de seu esconderijo e deixá-los na varanda, ao lado dos nossos sapatinhos. Certa vez atendeu ao pedido do meu irmão e entregou exatamente o que ele havia pedido: “uma piscina cheia de água”. Montou uma daquelas piscinas antigas, feitas com madeira, forrou-a com a lona e a preencheu com água, tomando todo o cuidado para não fazer barulho.

Tudo pronto, bastava aguardar pelo sininho do Papai Noel e lá estava a criançada toda satisfeita, já iniciando a contagem regressiva para o Natal do próximo ano.

Corta a cena. Agora estamos em meados dos anos 2000, aguardando ansiosamente pela chegada do Papai Noel. Não eu, que já não sou mais aquela garotinha. Agora represento outro papel, o da mãe da criança que aguarda a chegada do bom velhinho. Já não temos mais o nosso avô; agora quem representa esse papel é o meu pai, o vovô da única garotinha da casa.

Durante a ceia, toca um sininho lá fora. A família inteira pula da mesa, incentivando minha filha de 3 aninhos a correr para a varanda. Ela congela na porta de saída, exatamente como eu fazia quando era pequena. Nem preciso perguntar, já sei o que ela sente: medo de sair depressa demais e encontrar Papai Noel por lá ainda. Eu a asseguro de que ele já partiu e só então ela corre para ver o que foi deixado ao lado do seu sapatinho, sorrindo ao ver uma caixa grande e colorida.

Volto meus olhos para o passado e percebo que os atores mudaram e permanecerão mudando sempre, e isso é bom, traz uma sensação de conforto e paz. Um dia serei eu a levar meus netos para a pracinha da cidade na noite de Natal.

Beijos da Phoebe!


“Porque no meu tempo…”


Autor: Phoebe ~ 26 de novembro de 2008. Categorias: Cantinho das Monas.

Levanta a mão aí quem nunca ouviu alguém comentar que os desenhos animados de hoje são violentos, que a TV atualmente só mostra coisas erradas para as crianças e que “no meu tempo era tudo diferente”. Reconheceu o papo, né?

Bom, como já não sou tão novinha assim (praticamente uma pré-balzaca) e já tenho uma filha pertencente à mais nova geração de crianças consumidoras das “porcarias televisivas”, posso assegurar para vocês, com certeza absoluta, que hoje as coisas estão melhores do que eram antigamente! Temos o canal Discovery Kids mostrando desenhos tão inocentes que chegam a causar desconfiança nos pais – conheço um pai que não deixa o filho de 2 anos assistir os Backyardigans por julgar que há ali uma mensagem subliminar de incentivo à homossexualidade! Tipo, não é possível que o Pablo, o Austin e o Tayrone (este, um lindo veadinho) sejam tão dóceis, bonzinhos e saibam dançar tão bem aquelas coreografias rebolantes!

E como era antigamente? Eu cresci vendo Tom & Jerry e Pica-Pau. E quer coisa mais sádica do que esses dois desenhos? Outro dia estava passando o Pica-Pau na TV e parei para assistir com minha filha. Ele estava devendo o dinheiro do aluguel e passava o episódio todo fazendo maldades tanto para se esconder da dona do imóvel como para aplicar-lhe castigos físicos. Em um determinado momento ele a atrai para a janela e faz com que ela caia do topo do prédio… Bem educativo e nada violento, não?! Rs!

Também comprei recentemente o DVD comemorativo dos 50 anos do desenho “A Bela Adormecida”. Basta dizer que a bruxa da história tem dois chifres de cabra na cabeça, bem ao estereótipo “imagem do demo”, e tem um séquito de porcos selvagens que cometem as perversidades que ela determina. Lá pelas tantas ela vira um dragão e o príncipe a mata com um golpe de espada. Minha filha tem 3 anos, imaginem aí os olhinhos da pobre arregalados ao ver essas cenas! Não sei como ela tem conseguido dormir! E olha que o desenho foi feito quando minha mãe era criança, hein? Cadê o “Mas no meu tempo…”?

E as historinhas de contos de fadas, então? Terrorismo psicológico completo com as pobres crianças!

“A vendedora de fósforos” é uma menininha que fica órfã e passa os dias na rua vendendo fósforos que ninguém compra. Da janela das casas ela vê as famílias felizes à mesa e tem que se conformar com sua fome e falta de uma família. No fim, ela morre de frio. Literalmente.

“João e Maria”, na versão original dos irmãos Grimm, são duas crianças órfãs de mãe. O pai casa novamente e a família passa por sérias dificuldades. A madrasta, vendo que a comida está no fim, convence o pai a deixar as crianças na floresta (ou seja, se é pra alguém morrer de fome, que sejam as crianças e não a gente). Isso transmite uma coisa tão legal às crianças que ouvem a história, né? “Menino, reza aí para que teus pais nunca passem dificuldades financeiras, senão você será o primeiro a sambar”!

E o “Flautista de Hamelin”? Ele é contratado para exterminar os ratos da cidade, faz o serviço direito mas o rei, um sovina daqueles, resolve pagar pelo serviço bem menos do que o valor contratado. Aí o bondoso flautista usa sua flauta para hipnotizar as crianças da cidade e atirá-las a um buraco enorme, enterrando-as dentro de uma montanha.

Enfim, até que hoje em dia as coisas estão bem mais amenas para a criançada. O que é uma pena… não troco o humor sarcástico e as piadas politicamente incorretas do Pica-Pau por nenhuma “aventura” dos Backyardigans! :)

Beijos da Phoebe


Nada do que foi será…


Autor: Phoebe ~ 12 de novembro de 2008. Categorias: Cantinho das Monas.

Há um tempo, revirando os álbuns de fotografia da minha mãe, descobri umas fotos tiradas em 95, logo que viemos morar em Natal/RN. Compramos uma casa situada em uma rua onde basicamente só residiam velhinhos e velhinhas. Monotonia e solidão? Que nada! Os velhinhos davam de 10 a 0 na gente no quesito animação e, sempre que podiam, davam um jeito de fazer alguma festa bem agitada.

Essas fotos que pararam nas minhas mãos há um tempo foram tiradas em meio a uma animadíssima festa junina, em que todas as velhinhas da rua e suas filhas se vestiram de “matutas” (caipiras). As fotos remetiam à idéia de ingenuidade: aquelas senhoras tão distintas trajando vestidos de chita, com seus cabelinhos repartidos em “pitós” (maria-chiquinha). Uma delas foi além: seus trajes brancos denunciavam que era ela a noiva daquela festa junina tão singular.

Lembrei que eu tinha registrado aquela festa com a filmadora dos meus pais. Como 80% daquelas senhoras já faleceu ao longo desses 13 anos, achei que seria legal “desenterrar” o vídeo, até para presentear seus filhos e netos. Peguei a fita e levei-a a uma loja do shopping onde fazem conversões de vídeos para o formato de DVD.

Quando o DVD ficou pronto, a surpresa: cadê as velhinhas tão meigas e inocentes??? Logo de cara já começa uma maratona de “dança da garrafa”, com as distintas senhoras rebolando acima de uma enorme garrafa pet de refrigerante! A noiva se empolgou de tal forma que acabou derrubando a garrafa no chão e, por pouco, não se estabacou também! Hilário! Quando fui buscar o DVD, a dona da loja já veio me receber rindo, dizendo que tinha se divertido um monte durante a conversão da fita!

A lição que eu tiro desse fato? Sim, precisamos chegar à terceira idade com muito pique e alegria, dançando as músicas mais esdrúxulas que estiverem na moda! Mas não é essa a lição a que me refiro! A lição que eu tirei disso tudo foi bem simples: fotos são boas, mas mil fotos não valem um vídeo! Na foto somente capturamos a estética do momento, mas o vídeo registra a alma, a essência de nossas vidas.

Devemos filmar muito, tudo, sempre. As câmeras digitais atuais já são capazes de realizar excelentes vídeos, então não há desculpas para deixarmos de fazer isso. E devemos filmar tudo o que nos cerca, porque “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”. Momentos da família, viagens com os amigos, detalhes do dia-a-dia, tudo isso é importante e merece ser registrado. Um dia daremos graças aos céus por termos registrado aqueles momentos dos nossos pais, os primeiros anos dos nossos filhos, aquele almoço casual com amigos em que, do nada, resolvemos deixar a câmera ligada.

Portanto, não fique constrangido em bancar “O MALA” e sair filmando a família e os amigos. Eles vão te odiar na hora, mas depois, pode ter certeza, pedirão uma cópia do vídeo. Experiência própria!

Beijos da Phoebe

P.S.: Ainda estou considerando se darei ou não cópias do DVD para os filhos e netos das senhoras! Será que eles gostariam de vê-las dançando na boquinha da garrafa? :)





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