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As Melhores Coisas do Mundo



Por Eubalena - 5 de abril de 2011. Categorias: MonaCine, Sofá da Mona.

Estreia de abril do Telecine, tive a felicidade de assistir “As melhores coisas do mundo” ao lado justamente de uma amiga de longuíssima data, dessas com as quais as histórias se acumulam e que sempre estão com você. Produção nacional de 2010, direção de Laís Bodansky (Bicho de Sete Cabeças).

Certo, vamos logo às críticas negativas. Alguns disseram que o filme era muito “certinho” e, de fato, algumas personagens são muito retilíneas, pouco críveis em certos momentos (como a mãe do protagonista por exemplo). Realmente, reconheci na produção Globo toda uma pasteurização da juventude, do jovem, da família e da escola. Herança da estética de Malhação, ainda vigente. Achei o destino do casal protagonista um pouco óbvio e que merecia um tratamento da descoberta romântica maior. Mas releve, sou muito cri cri.

Se você se permitir e tiver coragem, o filme te transporta para sua adolescência. Acha que está velho? Pois a primeira observação interessante que fará é a assustadora semelhança entre os jovens atuais e aqueles que nós fomos. Tá, eles tem internet, Google, celular, videogames mais baratos, péssima música no geral, mas só. Estão lá as mesmas dores e conflitos da fase mais dura e gostosa da vida. O Google não te responde o que dizer quando as palavras faltam na frente de quem você gosta. O celular pode ajudar na aproximação, mas não garante a proximidade. Tempo passado, tempo futuro, crescer em essência será sempre muito parecido, universal. Conquistar o respeito de seus colegas, ser popular, iniciar-se sexualmente, apaixonar-se perdidamente, morrer de amor e sobreviver. Descobrir que certos amigos nunca foram de fato leais. Na juventude, por pior que sejam nossas dores, sequer sonhamos com a crueza e frieza dos fatos que sucederão em nossas vidas adultas.

Mesmo você sendo uma pessoa legal. Ser bacana não te imuniza da dor, mas pode ter dar ferramentas pra sobreviver a ela.
Tem gente que mostra a juventude como uma fase em que aprendemos coisas, valores etc para nossa caminhada na vida. Uma de rosas. Já eu acho que aprendemos a cair. É uma fase de tomar tombo, quase que um atrás do outro. Tempo de viver roxo. Progressivamente somos expostos a um crescente de dor e ansiedade. Talvez um treino básico para os lutos durante a vida e para que saibamos que sobreviver e seguir adiante é preciso. Mesmo nada sendo perfeito, mesmo que você não saiba direito a canção, é preciso ensaiar todo o dia a capacidade de cantá-la.

Não deixe de conferir “As melhores coisas do mundo”. Ele me fez relembrar que precisamos aceitar as pessoas e a vida e que somos mais fortes do que julgamos. E, sim, eu concordo com a opinião do protagonista sobre ser feliz quando adulto: dá muito mais trabalho!


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4 Comentários to As Melhores Coisas do Mundo

  1. Lívia

    Eu assisti ontem também e na real, tive muuuita nostalgia da época da Escola e sim, senti-me realmente velhinha até porque a gente nem vê os dias passarem.
    Muito boa a produção da Globo, pegou certinho o estilo paulista de se viver, uma maravilha.
    Portanto viver é uma tarefa árdua e ser feliz na vida adulta, mais ainda, como bem frisado em seu texto como no filme.
    Muito bom.

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  2. Reifison

    Nossa.. vi esse filme semana passada.. Adorei o filme. Tem momentos que podemos relevar alguns defeitos, pois o todo é maior que isto. E acho que foi o caso com este filme. O roteiro é interessante, alguns personagens cativantes, e bons atores, não todos, mas alguns bons. O tema abordado foi bem interessante, a mudança de família e como os jovens reagem a isto. Recomendo a todos.

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  3. DJ Clayton

    Meu irmão viu e adorou, ele tem 15 anos de idade, e disse que se identificou muito com o filme e algumas situações, eu espero assisti-lo essa semana aí volto aqui pra comentar melhor.

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  4. Letícia

    Ju, finalmente um filme que não trata os adolescentes como idiotas! Oh, época dura em qualquer século, estando conectados ou não. Não via uma produção tão boa sobre adolescentes desde o queridíssimo Kevin Arnold (S2). E como as pessoas, mesmo as mais bacanas, podem ser cruéis na adolescência, naquela ânsia de ser aceito a (quase) qualquer preço.

    Um beijo

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