Porque fazer humor e podcast é uma arte

































Ponto Gê: Qualidade Masculina


Autor: Eubalena ~ 19 de março de 2009. Categorias: Ponto Gê.

Oi, quanto tempo… Tudo bem?

Bom, todos vocês sabem que sou feminista. Não consigo evitar, vejo sempre as coisas pelo lado da mulher. Não sei se justifica, mas isso não acontece só no feminismo. Quando se trata de cidade, defendo a minha cidade perante as outras. Tratando-se de estado, Santa Catarina é o melhor, e o mesmo pensamento para meu país. Claro que não me iludo, muito menos fecho os olhos perante a realidade, mas entre defeitos, prefiro ressaltar as qualidades. Mas admito, embora não sem sofrer, quando sou incapaz ou equivocada sobre algo.

E é sobre isso que estou escrevendo hoje. Vim aqui admitir perante todos um dom, uma habilidade masculina que me causa muita inveja. Não sem antes me causar a maior raiva que posso suportar. Estou falando do DOM masculino de agir como se nada tivesse acontecido.

Pode imaginar qualquer situação. Qualquer uma mesmo. Na escola, no trabalho, no relacionamento. Eles conseguem fingir que nada é nada, de uma maneira que jamais saberemos imitar com tamanha destreza.

Vou dar uns exemplos rápidos. Só para alimentar sua imaginação.

EX 1

Você conhece o cara, sai algumas vezes, ele fica de te ligar na semana seguinte. Um mês depois, ele liga.

- Oi tudo bem, como vão às coisas? Estive pensando, o que tu acha de fazermos alguma coisa? Um jantar depois uma balada?

Silêncio.

No outro lado da linha você grita no travesseiro.

EX 2

Você marca de encontrar-se com seu marido em um lugar. Ele não aparece. Preocupada, você liga. Ele diz que teve uns problemas no trabalho e que não pode ir. Ligar para avisar nem pensar. Inconformada você faz o que tinha que ser feito. Em casa a noite ele chega.

- Oi tudo bem, como foi seu dia?

Silêncio.

A porta do quarto fecha com força.

Esses exemplos são pequenos e resumidos, mas reais.

Normalmente essa característica masculina ainda vem acompanhada de uma puta cena. Aquela cena clássica: A Vítima.

De culpados, eles passam a desentendidos e, em seguida, vítimas. Nós agora, fazemos o papel das neuróticas e loucas. Isso tudo porque estamos na TPM. A frase clichê é sempre a mesma: “Você só pode estar na TPM”.

E só o seu amigo para lhe entender, não é mesmo? “Cara, do nada elas estão bravas. Sem motivo nenhum. Não consigo entender”. Seu amigo compreende perfeitamente. Claro, ele é assim também.

Como eu disse, morro de inveja. Como eu queria conseguir bancar a desentendida o tempo todo. Mas não conseguimos, até tentamos.

Ele: Está brava por quê?

Ela: Não estou é impressão sua. (tentando ser a porra de uma desentendida).

Ele: Está sim, está calada e bicuda. Não vai falar o motivo? O que eu fiz agora? (Frase típica do coitado perseguido por uma mulher neurótica que fica brava por qualquer motivo, isso quando não o inventa).

Ela: Não se faz de desentendido, você sabe muito bem.

* E ele sabe. Se você está afim, continua no joguinho por horas, senão dias, até ele não agüentar e dizer. Se você está sem paciência, já joga na lata e fecha o pau.

Só existe uma coisa pior do que ele se fazer de desentendido, é subestimar a sua inteligência. E essas duas coisas se convergem, por isso a briga é tão grande. Mesmo o motivo sendo a maior besteira do mundo.

Entenderam agora? O motivo é o de menos. Se vocês chegassem de primeira justificando o pequeno erro, ou mal entendido, nada aconteceria. Mas não…

É minha gente, o que Freud não explica, o ponto Gê explica.

Ge.





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