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Marley e Eu, ou melhor: Bruno e Eu



Por Rachel Barbosa - 3 de janeiro de 2009. Categorias: animais.

Logo após o Natal houve a estréia da versão para o cinema do livro Marley & Eu, do americano John Grogan. Eu já havia lido o livro e no dia 27 fui ver o filme, assim como algumas centenas de pessoas. Pretendia ir à seção das 18:50h, mas só consegui os 3 últimos ingressos para a seção de 21:20h!

O livro se tornou um verdadeiro best seller sem que fosse feita qualquer propaganda. A história foi recomendada de leitor para leitor. O filme de certo será um sucesso de bilheteria. As mesmas pessoas que leram o livro – e muitas outras mais – irão ao cinema para assisti-lo. O filme não é nenhuma superprodução, mas vale ressaltar que tem boa trilha sonora. O livro foi escrito de modo interessante, usando uma narrativa leve, descontraída, mas não se pode dizer que seja um texto memorável. Então o que fez de Marley & Eu um sucesso estrondoso? As trapalhadas do cão? Não, empatia.

Quem tem ou teve um animal se identificou com pelo menos uma passagem. Mesmo quem não tem, se transportou para dentro daquela família e também acabou seduzido pelo Marley. Para mim o livro teve uma função muito importante: ajudou a aceitar o cão problemático que tenho em casa. Sim, eu tenho um mini-Marley, que às vezes é agressivo com outros cães.

Em 2005 ganhei o Galileu, o poodle, e tudo deu certo desde o primeiro momento. Tirei-o da casa em que havia vivido com pais e irmãos por mais de 2 meses, e no caminho para a casa nova ele nem chorou! Em 2006 resolvi comprar o Bruno, o schnauzer miniatura, e já na chegada ao Rio – ele veio de um canil em Porto Alegre – tudo foi diferente. Eu e Galileu estávamos na sala de espera na parte da frente do terminal de cargas do aeroporto do Rio, e soubemos pelos gritos histéricos que Bruno havia desembarcado nos fundos.

Era um filhote terrível, agressivo com o Galileu, que corria e se refugiava no sofá para não ser alcançado. Pensei em doá-lo e arrumei uma pessoa interessada, mas então o adestrador do Galileu me convenceu que juntos daríamos um jeito na fera. Bruno começou a ser educado em casa, antes mesmo que pudesse começar a freqüentar a escolinha. Ele gritava quando o seguravam no colo, se recusava a fazer xixi no tapete higiênico, gritava quando ficava descontente com alguma coisa, gritava e rosnava quando via outro cão. Aos poucos aprendeu os comandos básicos, se saiu muito bem nas aulas de condução na guia, aprendeu a respeitar a mim e ao Galileu. Também aprendi a controlá-lo para não deixar que avançasse em outros cães. Na primeira competição de agility ficou em segundo lugar e naquele campeonato foi Campeão Carioca.

As coisas tinham se acertado, mas eu ainda não conseguia relaxar com ele. Na verdade comparava seu mau comportamento com o bom comportamento do Galileu e não aceitava o Bruno. Só me dei conta disso depois de ler Marley & Eu. Então veio a aceitação: aquele não era o melhor cão do mundo, não era bem comportado por natureza, mas era o meu cão e seus olhinhos, por vezes escondidos atrás das longas sobrancelhas, diziam que me amava mais que tudo no mundo. Graças ao Marley percebi isso.

Ainda sou obrigada a ser dura e exigente com o meu barbudo, mas o amo demais.

Rachel

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4 Comentários to Marley e Eu, ou melhor: Bruno e Eu

  1. Renato de Recife

    Tenho um problema parecido com meus 2 cães.

    O Toby é um vira-lata de 3 anos que pegamos para criar, ele apareceu lá na vizinhança magro e doente, ficamos com pena e o adotamos, nós o alimentamos, o levamos ao veterinário e hoje ele é um cão saudável e bonito, tivemos medo que ele não se acostumasse com a vida dentro de casa, mas é um doce e supercalmo.

    No meio de 2008 minha avó materna faleceu, como nossa casa é a maior e já temos alguma experiência com animais, ficamos com o Poodle dela, o Beethoven, que já tem 8 anos.

    Tudo que temíamos com o Toby aconteceu com o Beethoven, ele teve muita dificuldade em se adaptar à nova casa, acredito que pela idade, por sorte ele já conhecia todos da casa, com tempo e paciência conseguimos acostumá-lo ao novo lar, exceto por um detalhe: o Toby.

    Tivemos que pôr uma divisória de aço entre as partes de trás e da frente do terreno, onde ficam respectivamente o Toby e o Beethoven, pois o Beethoven quase mata o Toby na 1ª semana, se meu pai não estivesse em casa na hora que o Beethoven derrubou a antiga divisória de madeira, nosso doce vira-lata teria virado história.

    Será que dá para adestrá-lo mesmo ele já tendo 8 anos?

    Fora ser agressivo com outros cães, ele é um doce de cachorro!

    Abraços e parabéns pela coluna Rachel, está cada vez melhor!

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  2. Phoebe

    É bem divertido um cão “trabalhoso”, mas ao mesmo tempo deve ser bem complicado para os donos! Queria muito ver o filme, mas detesto dramas e sei que vou chorar muiiiito se for ao cinema, então estou dispensando! rsrs!
    Bjs!

    [Responder]

  3. Rachel

    Renato,
    Em primeiro lugar, obrigada pelo feedback. É importante saber o que os leitores acham.
    No seu caso, não é adestramento que importa, é liderança. É “natural” que um cão macho adulto brigue com outro macho adulto para disputar território. Todos na rua que descobrem que meus cães são machos, perguntam imediatamente: “eles não brigam?” O segredo para dois machos não disputarem território é fazer com que ambos tenham certeza que o território é seu, ou de outro humano da casa. Os cães vêem a família humana como sua matilha. Numa matilha só acontece aquilo que o líder permite que aconteça. Se o Beethoven e o Toby virem a você ou ao seu pai, por exemplo, como líder da matilha, e o líder não permitir brigas, eles não brigarão.
    Estabelecer essa liderança não é coisa que acontece da noite para o dia, é um processo no qual o adestramento pode ajudar, mais a você do que aos cães rsrs Procure um adestrador que tenha sido indicado por um conhecido e explique o que você precisa.
    Mais uma vez, obrigada pelo comentário!
    Bjs

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  4. Rachel

    Phoebe,
    Atrás de mim no cinema tinha uma mulher que chorou convulsivamente durante 1/3 do filme. Eu consegui ser discreta pra chorar kkkkkkk
    Bjs

    [Responder]

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