Porque fazer humor e podcast é uma arte

































Filhotes, filhotes


Autor: Rachel Barbosa ~ 12 de julho de 2009. Categorias: animais.

Esta semana recebi um pedido de ajuda da leitora Luciana. Ela disse que não agüenta mais sua poodle de dois meses e meio, que faz muita bagunça e morde coisas e pessoas. Certamente outros leitores também estão passando por isso, ou já passaram. Por isso resolvi responder à Luciana com um post.

Quando meu poodle Galileu chegou eu já não tinha um filhote em casa há anos. Também fiquei com os cabelos em pé com aquela coisinha peluda correndo pelo apartamento, perturbando a gata, mordendo as mãos de todo mundo. Quando ele finalmente dormia, eu juntava os brinquedos espalhados pela casa, aí ele acordava e tirava tudo da cesta. Os passatempos prediletos do Galileu eram destruir chinelos e rasgar lombadas de livros. E a brincadeira favorita era morder as nossas mãos. Mordia com vontade! A gente vivia arranhado por aqueles dentinhos finos.

Foi assim que comecei a aprender sobre comportamento canino. Movida pela necessidade, comprei livros e pesquisei na Internet. Aprendi que esse excesso de energia é perfeitamente normal em filhotes. Algumas raças são um pouco mais tranqüilas, mas poodle não está entre elas rsrs

À medida que o filhote cresce, tende a parar de fazer besteiras, mas como uma criança humana, também precisa ter chances para gastar energia e precisa de limites. Cabe à família humana atender a essas necessidades. Caso contrário, o cãozinho pode se tornar adulto e continuar fazendo bobagens.

Meu marido ficava uma fera cada vez que o Galileu estragava um chinelo. Eu sempre disse a ele que essa era a atitude errada. Raiva não lavaria a nada. O correto é não facilitar a situação. Sapatos e outras coisas que possam ser mordidas e estragadas devem ficar fora do alcance da boquinha nervosa.

Por falar em boquinha nervosa, cães precisam morder. É uma necessidade fisiológica, principalmente quando estão trocando os dentinhos de leite pelos definitivos. Para que o filhote não morda seus sapatos, precisa ter brinquedos apropriados e interessantes. A primeira coisa que faz um brinquedo interessante para o cão é colocar nele o adorado cheiro do dono humano. O brinquedo fica ainda mais interessante se você brincar também. Ao comprar um mimo no pet shop, você não pode só tirar do saco e jogar no chão em casa. Faça festa, diga a ele “olha o que eu trouxe pra você!” Em seguida provoque o cãozinho, ofereça o brinquedo para morder e puxe em seguida. Brinque! A primeira coisa que ensinei para o Galileu foi a brincadeira de “buscar”. Poodles são muito inteligentes e num instante entendem o que você quer dizer quando joga um brinquedo e diz (animadamente) “busca” ou “trás”. Até hoje essa é a brincadeira favorita dele.

As mordidas nas mãos foram um verdadeiro problema aqui em casa. A brincadeira com os irmãos é morder. Quando o cão entra para a família humana, tende a repetir esse comportamento com a gente, mas não devemos permitir. Desde cedo eles precisam aprender que mãos humanas não são brinquedos. Como fazer isso? Terminando a brincadeira no exato momento em que a mão for mordida. Vire-se de costas para o cão e ignore-o por alguns momentos. Se ele insistir, mordendo seus braços, por exemplo, levante-se bruscamente e saia do ambiente. Não é necessário dizer uma única palavra nesses momentos. A idéia é que o peludinho perceba que mordidas te desagradam e fazem com que você não lhe dê atenção, coisa que ele valoriza demais.

Um dia Galileu descobriu que na lixeira havia restos de comida e passou a enfiar a cabeça para comer. Comprei uma lixeira de pedal. Depois ele descobriu que a tampa não o impedia de chegar aos restos, era só levantá-la com o focinho. Foi quando passei a usar lixeirinha de pia. Hoje em dia, mesmo que deixe cair comida no chão, ele não pega.

Outra bagunça que ele amava era se meter no meio da roupa suja quando eu tirava do cesto para colocar na máquina. Como não rasgava as roupas, eu deixava ele brincar. A carinha de felicidade era maravilhosa!

Claro que ele fez muito mais do que isso. Destruiu tapetes higiênicos e ficou fazendo cocô com pedaços de plástico misturados por uma semana, comeu um lápis de cor e ficou com a pata verde, mastigou o pé de um gaveteiro, arrastou a árvore de Natal de 1,80m de altura por quase um metro pela sala… Quando Galileu fez um ano as “artes” pararam. Aí chegou o Bruno, meu schnauzer, e começou tudo de novo! Hoje em dia sinto até saudade daquele tempo.

Luciana, tenha paciência, evite as situações que puderem ser evitadas, eduque, dê limites, tire muitas fotos e se divirta com a bagunça da sua poodle. Isso vai acabar mais rápido do que você imagina! Um beijo!

Rachel Barbosa
http://rachelbarbosa.com.br





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