Porque fazer humor e podcast é uma arte

































Ponto Gê: Sem Noção, Eca!


Autor: georgia ~ 1 de outubro de 2008. Categorias: Ponto Gê.

Todo guri gato tem um amigo sem noção. Isso é regra. O pavor da mulherada, o ‘amigo sem noção’ (ASN), é o responsável pelos piores comentários que alguém pode imaginar. Isso em todos os sentidos e de todas as maneiras.

O ASN raramente pega alguém e o seu grande prazer é falar mal de todas as mulheres no ambiente. Quando o guri gato cai no papo do ASN, ele se torna aquele tipinho insuportável que pega mulher e faz ceninha pelas costas. Tem coisa mais idiota que isso?

Tem o ASN metido a pegador. Esse já ‘comeu’ todas da festa. Ninguém viu, todo mundo fica na dúvida, mas ele diz e acredita que sim. Esse tipo adora um comentário pornográfico e detonador. Repara nas celulites, coloca apelidos e adora soltar aquelas frases que só se escuta em construção. Pior de tudo é que acha que está abafando. A versão mais tapada do estilo acredita que todos os olhares e sorrisos da festa são para ele. O amigo lindo que está ao seu lado, é um mero detalhe. Sua frase mais comum é: “Aquela guria está me dando o maior mole”. Ressalva-se a substituição de ‘guria’ por mina, gatinha e demais derivados regionalistas.

O ASN pegador é também o responsável por aquelas cenas pitorescas em algumas festas. Quando consegue arrumar alguém, você acaba assistindo ao vivo, trailers de filme pornô. Beijos babados, agarramento explicito, entre outras coisas.

Se você corta, é a feia.

Sempre extremamente alcoolizado, o ‘amigo sem noção’ pudim de cana, cospe na sua cara o tempo todo, vive caindo em cima de você, literalmente. Grita no seu ouvido, puxa o seu cabelo quando você está passando e te cutuca.

E tem o clássico ASN pegajoso. Não existe pior. Aproveita-se daquela roda de mulheres, que seu amigo gato vai cumprimentar, para tirar sua casquinha. Beijo babado na mão, beijo babado e prolongado no rosto, beliscãozinho na cintura, frases com aquele bafo quente e com voz de sedutor no ouvido. Eca!

Não sei quanto a vocês, mas apertãozinho na cintura consegue acabar com a minha noite. É irritante e desagradável demais. É tão fácil chegar conversando, porque diabos sempre cismam em chegar pegando? Se tivessem cortado fora a mão do primeiro, não passaríamos por isso hoje.

Não pense você, que o ‘amigo sem noção’ é um reflexo da modernidade. Muito pelo contrário, ele vem dos tempos bíblicos. Judas é a prova. Meu pai sempre me conta, que nos bailes de antigamente, tinha sempre rapazes que quando levavam um caloroso ‘não’ da donzela que se recusava a dançar, passava a noite inteira em pé ao seu lado impedindo que a moça dançasse com outro. O diálogo era mais ou menos assim:

- Me concede essa dança?

- Não.

- Certo. Se não dança comigo, não dança com mais ninguém.

Quando outro se aproxima o ‘sem noção’ dizia: – Ela não vai dançar. O moço retirava-se em respeito ao companheiro. Se a dama não fosse embora, passava o baile todo com um cão de guarda ao lado. Dá para acreditar?

Essa história sempre me casou uma grande revolta. Isso também acontece hoje, quando o ‘sem noção’ resolve que a escolhida é você. Não adianta sair porque ele vai atrás, não muda nada dizer que tem namorado ou, até mesmo, que você joga no mesmo time que ele. Nada faz diferença.

Todo mundo conhece alguém assim, não é mesmo? Agora, me preocupa achar que alguém se identificou com o que foi dito aqui. Nesse caso, se toca, você é um tremendo sem noção.

Beijos com noção,





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