Porque fazer humor e podcast é uma arte

































O Aprendiz (de que?)


Autor: Mafalda ~ 23 de novembro de 2011. Categorias: Sofá da Mona.

A verdade é que temos todos um lado sombrio, talvez até inconfessável… Mas pessoas como eu (acredito que existam outros) expõem esse lado. É aquela coisa: você tem TV a cabo com n opções de programas e acaba, depois de zapear, parando para assistir O Aprendiz na Record (3ª e 5ª feiras). Agora sob comando de João Dória Jr. e uma dupla de consultores, que acompanham as tarefas desenvolvidas por dois grupos de “pessoas empreendedoras”. O prêmio não é mais o almejado (sério?) emprego nas empresas de Justus, mais 1 milhão e 500 mil reais.

Primeiro quesito para ser apresentador do programa: inexpressão facial. Vale usar botox, vale ter paralisia facial. O importante é parecer robótico. João Dória Jr. capricha nesse quesito. Sempre me assombro com seu aparecimento: ele parece ter sido arrumado por um excelente taxidermista.

Os candidatos nesta temporada formam um grupo mais heterogêneo. Tem um candidato negro e sem curso superior. A seleção, sugere-se, foi baseada no potencial empreendedor da pessoa, independentemente de títulos e diplomas. Sim, bem no velho estilo “american dream”.  Quem assiste ao programa, no entanto, percebe que o critério que mais pesou foi o mesmo do Big Brother Brasil: alguém disposto a qualquer coisa para ganhar uma grana. Nada de pruridos, portanto.

Cheguei a me iludir na inovação das tarefas quando uma delas era preparar e organizar a distribuição de “quentinhas” para os sem-tetos de São Paulo. Que nada. Já pulalam tarefas de promoção de carros, parques temáticos etc. Nesta última, os candidatos foram levados aos EUA e ficou evidente o hábito de mentir que muitos têm em seus currículos: todos afirmaram falar inglês (básico ou intermediário) e o que se viu foi um show de mímicas e uma mistura de inglês e portunhol de fazer o Mr. Fisk se revirar no túmulo. Vergonha alheia extrema.

Se você leu ou gosta das piadinhas do Dilbert, que escrotiza a escrotidão do mundo corporativo, vai delirar. A piada maior é a seriedade com que todos usam expressões em inglês, gerundismo, termos técnicos de marketing e a aparente  inabalável auto-confiança. Todos devem ter lido o mesmo manual de como parecer competente. Enfim, acho que vale a pena você assistir pelo menos um episódio e comentar aqui. Não prometo nada, mas gostaria muito de ler suas impressões.


“Meu taxidermista é um artista!”


 





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